2007/02/07

O Referendo II


Na passada segunda feira, no programa "Prós e Contras", debateu-se novamente a interrupção voluntária da gravidez.

Não posso deixar de aqui, fazer algumas considerações ao que ouvi pela parte dos apoiantes do "Não".

Vivemos num Estado Democrático, onde cada um de nós é livre de expressar as suas opiniões, mas não, de manipular e falsear questões que digam respeito à liberdade de direito de cada um de nós.

Existe uma Lei, aprovada, que mediante alguns condicionalismos, aceita a interrupção da gravidez, mas continua a penalizar todas as mulheres que por algum motivo recorrem a essa interrupção clandestinamente, correndo risco de vida e dando fortunas a ganhar, a quem, muitas vezes não tem competência para o fazer.

O "Não" mudou de tática, e isso não posso admitir nem como cidadã nem como mulher.

1º- A actual Lei não será mudada, como agora os apoiantes do "não", querem fazer crer.

2º- Propõem que seja formado um tribunal arbitral, no qual se decidirá, se a mulher teve ou não razões para interromper a gravidez.

Pergunto: Quem pode decidir sobre as razões de quem? Isto seria uma ingerência na vida privada de cada um de nós.

3º- Propõem serviços cívicos para as mulheres dadas como "culpadas".

Pergunto: Serviço cívico, como castigo do quê? de quem? porquê?

4º- Propõem mais aconselhamento e facilidades de acesso ao planeamento familiar.

Pergunto: Como? se as maternidades estão a ser encerradas um pouco por todo o País?
E que menina de 15, 16 anos vai a uma consulta dessas?

5º- Propõem melhores condições de vida às mulheres grávidas (ajudas de custo, protecção no emprego...etc.

Pergunto:- Como? num País à beira da falência? e por quanto tempo? e em que quantidade? e em que qualidade?.

Srs. do "Não", sejam honestos na campanha que fazem, chamem os "burros pelos nomes" e não bebés a fetos mal desenvolvidos.

Deixem de chamar "vida" ao que ainda é um projecto de o poder vir a ser.

Porque, a serem verdade todas essas nomenclaturas, então farei como aconselha a ANGEL, no fórum do referendo e vou já a correr adoptar uma alface, antes que os apoiantes do "Não" resolvam abrir-lhes um Centro de Acolhimento.


Melody

1 comentário:

Anónimo disse...

Centro de acolhimento?? quem diz isso também poderá dizer...Horto de acolhimento.