2006/12/09

Uma Família Feliz


Assisti ontem a um dos momentos mais doces que a vida, até ao presente me
proporcionou.
Como estas situações são raras, convém relatar os factos que antecedem o evento.
Ora bem, tenho a viver comigo, duas gatinhas, um gato e uma cadela, o que, diga-se em abono da verdade, são os melhores companheiros que poderia almejar.
Muitas pessoas dizem que é uma loucura, tanto animal em casa...outras, que os animais fizeram-se para viver ao ar livre.
Respeitando todas as opiniões , cumpre-me apenas dizer, que também o homem foi feito para viver em liberdade, e é coisinha que não lhe passa sequer de raspão numa vida em que é obrigado a cumprir horários, seguir pseudo-lideres, viver enfiado num apartamento, com dois, três ou mais criaturinhas, que aos berros lhe exigêm toda a panafrenália de novidades, comestíveis ou lúdicas, só porque estão na moda e não querem fazer má figura nesta sociedade de consumo, sair de casa aos fins de semana e feriados mesmo que não o queira, só para poder contar lá no trabalho, que também conhece os lugares de que os outros tanto falam, jantar duas vezes, porque já o tinha feito em casa da amante, mas como a mulher não o pode saber, janta de novo.
Isto é apenas uma amostra da "liberdade" humana, porque muito mais haveria a dizer acerca do assunto.
Voltando ao início da questão, ontem uma das gatinhas teve um bébé. Dei com ela a olhar para mim e a miar incessantemente. Sem saber o que havia de fazer, atrapalhei-me completamente e se não fossem os outros animais, ainda era capaz de fazer algo que não devia.
Enquanto o gato a acariciava constantemente, a outra deitou-se em cima da barriguita dela a fazer força acarinhando-a ao mesmo tempo, a cadelita sentou-se muito sossegada e em silêncio a olhar com ar de preocupação (não estou a inventar, era preocupação mesmo!). Depois de várias contracções, lá nasceu o pequerrucho, que de imediato foi limpo pela mãe e pela outra gatinha.
Dado o estado de exaustão em que se encontrava a gatita, foi a outra quem tratou do cordão umbilical. O pai, ainda hoje está alerta e a outra sempre junto à mãe e ao filhote para queo calor não falte.
Foram momentos de verdadeira amizade, amor e ternura os que presenciei. A entreajuda entre as espécies, o respeito pela diferênça e a abnegação de tudo o que se gosta, para dar assistência a quem necessita, foi impressionante!
Por analogia, recordei mães muito jovens, a dar à luz o primeiro filho e a serem gozadas e maltratadas, por quem lhes prestava assistência.
O Homem, devia observar melhor os animais, para que deles tirassem as lições de vida, que nunca conseguirão aprender, nem que este planeta dure mais outros milhões de anos.
Todas as excepções à espécie foram eliminadas: Jesus Cristo, Gandi, Martin Luther King...
Por mim, continuo a preferir a selvajaria animal ao civismo humano. É pelo menos mais autêntica!

Dress Up Games, Doll Makers and Cartoon Dolls @ The Doll Palace

Melody

1 comentário:

Luda disse...

Todas as excepções à espécie foram eliminadas: Jesus Cristo, Gandi, Martin Luther King...

...ainda cá ando.
Não me sinto lá muito bem mas ainda cá ando. E tu tb.
:)